A China acaba de lançar o primeiro satélite experimental para o 6G, uma tecnologia que promete revolucionar a comunicação sem fio. Saiba como funciona e quais são as vantagens do 6G em relação ao 5G.
O que é o 6G?
O 6G é a sigla para a sexta geração de internet móvel, que ainda está em desenvolvimento. Ela pretende superar o 5G em vários aspectos, como velocidade, capacidade, latência e eficiência energética.
Segundo a China Mobile, a maior operadora de telefonia do mundo, o 6G pode ser até 50 vezes mais rápido que o 5G, alcançando taxas de transmissão de terabits por segundo.
Além disso, o 6G deve oferecer uma cobertura mais ampla e confiável, usando uma rede de satélites de baixa órbita, que dispensa a necessidade de antenas terrestres.
O 6G também deve integrar a Inteligência Artificial em todos os níveis, desde o hardware até as aplicações, para otimizar o uso dos recursos e melhorar a experiência dos usuários.
Como funciona o 6G?
O 6G usa uma combinação de tecnologias avançadas, como ondas milimétricas, comunicação óptica, redes neurais e computação quântica.
As ondas milimétricas são faixas de frequência muito altas, que permitem uma maior largura de banda e uma menor interferência. No entanto, elas têm um alcance limitado e são sensíveis a obstáculos.
A comunicação óptica usa feixes de luz para transmitir dados, com uma velocidade e uma precisão muito maiores que as ondas eletromagnéticas. No entanto, ela requer uma visada direta entre os transmissores e os receptores.
As redes neurais são sistemas computacionais inspirados no funcionamento do cérebro humano, que podem aprender e se adaptar a diferentes situações. Elas podem ser usadas para processar grandes volumes de dados, reconhecer padrões e gerar soluções.
A computação quântica usa os princípios da mecânica quântica para realizar operações muito mais rápidas e complexas que os computadores convencionais. Ela pode ser usada para criptografar, descriptografar e distribuir informações de forma segura e eficiente.
Qual é o estágio atual do 6G?
O 6G ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento, e não há uma data definida para o seu lançamento comercial.
No entanto, alguns países já estão se preparando para liderar essa corrida tecnológica, como a China, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão.
A China foi o primeiro país a lançar um satélite de testes para o 6G, em novembro de 2020. O satélite, chamado Tianyan-5, usa tecnologias totalmente desenvolvidas na China, e tem como objetivo verificar o desempenho da comunicação óptica no espaço.
O satélite foi lançado junto com outro satélite de 5G, chamado Tianyan-6, que usa tecnologias de antenas inteligentes e redes de acesso múltiplo por divisão de frequência ortogonal (OFDMA).
O especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja, disse em entrevista à CNN que o 6G deve começar a ser testado e padronizado em 2028, e ter uma difusão maior a partir de 2030.
Ele explicou que o 6G vai exigir uma mudança na arquitetura dos satélites, que passarão a ter vários pontos de conexão, formando uma malha. Ele também destacou que o 6G vai reduzir a latência para 1 milissegundo, o que significa uma resposta quase instantânea.
Igreja afirmou que o 6G vai incorporar a Inteligência Artificial em todos os aspectos, desde a redução da perda de pacotes, até a otimização do consumo de energia e a melhoria dos dispositivos.
Ele esclareceu que o lançamento do satélite chinês é apenas um primeiro passo para o desenvolvimento do 6G.
“Esse satélite é talvez a pedra fundamental, é o começo de toda essa história”, concluiu.
E o Brasil, como fica nessa história?
O Brasil ainda enfrenta desafios para implantar o 5G, a quinta geração de internet móvel, que já está disponível em alguns países.
Segundo dados da Conexis Brasil Digital, apenas 7% dos municípios brasileiros têm uma legislação adequada para receber o 5G, que exige uma infraestrutura mais robusta e moderna.
O leilão das faixas de frequência do 5G, que estava previsto para 2020, foi adiado para 2021, devido à pandemia de Covid-19 e a questões regulatórias e políticas.
O 5G promete uma velocidade até 20 vezes maior que o 4G, além de uma maior capacidade de conexão e uma menor latência. Deve abrir novas possibilidades para áreas como saúde, educação, agricultura, indústria, entretenimento e segurança.
O Brasil deve acompanhar o avanço do 6G, mas sem descuidar do 5G, que é uma etapa fundamental para a transição para a nova geração de internet móvel.